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Modelos contam como lidam com homossexualidade e cantadas

Alguns profissionais disseram ao Terra que perderam trabalhos por dizer "não" ao assédio nos bastidores

20 abr 2013 - 12h11
(atualizado às 12h15)
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A quantidade de profissionais homossexuais no mercado da moda pode ser mais alta do que em outras áreas. Para as tops, o trabalho fica até mais fácil, porque não há assédio, nem constrangimento em exibir o corpo no trabalho. O mesmo não pode ser dito sobre os modelos masculinos, que contaram ao Terra sofrerem cantadas e até perderem trabalhos por dizer “não”.

<p>O <strong>Terra</strong> convidou para o Fashion Rio Verão 2014 Erick Silva, lutador do meio-médios, e Rafael Feijão, estreando no UFC no próximo mês de junho pelos meio-pesados</p>
O Terra convidou para o Fashion Rio Verão 2014 Erick Silva, lutador do meio-médios, e Rafael Feijão, estreando no UFC no próximo mês de junho pelos meio-pesados
Foto: Daniel Ramalho / Terra

“Tive muito problema de a pessoa deixar depoimentos no Facebook. Até que chega uma hora que fica chato. Tem vezes que é algum diretor ou pessoa importante e você não pode dizer ‘sai fora’. Fui educado, elogiei ele como profissional e disse que o negócio era só profissional, nada além”, relatou o modelo Emanuel Picoli, 20 anos, com apenas oito meses de experiência.

“Já aconteceu de eu perder trabalhos que poderiam mudar a minha vida por conta disso. Tento ignorar os assédios, não sou preconceituoso ou machista, tenho muito respeito por todos, independente da sexualidade. Mas tem gente que dá em cima. Sou o mais educado possível, porque assim como eu tenho atração por mulheres, outra pessoa pode ter por homens”, contou Rhuan Favoretto, 18 anos, que já tem três anos de carreira.

“Os caras dão em cima, mas tento levar na brincadeira, falo um não profissional”, disse Adriel Berwaldt, 18 anos, sobre como age quando é assediado no trabalho. Com quatro anos de experiência, ele largou o sonho da engenharia mecatrônica para seguir o mundo da moda e vê a homossexualidade do meio de forma natural: “já estou acostumado”.

“Sou bem decidido sexualmente, não é qualquer pessoa ou dinheiro que vai mudar meu pensamento, então, para mim, é tranquilo lidar com isso”, disse Rodrigo Somália, 25 anos. Ele entrou no mercado após a indicação de um amigo e já tem dois anos de experiência. João Zafaski, 19 anos, está há três anos trabalhando como modelo. Ele foi descoberto ao acaso, como a maioria dos entrevistados. “Trato de forma natural e profissional. Tento evitar determinadas situações que podem ser constrangedoras, por exemplo, fazer uma brincadeira pejorativa que fale de homossexualidade. Respeito as pessoas”, contou. 

Há quatro anos desfilando e fazendo ensaios, Ronaldo Martins, 23 anos, já passou da fase em que ficava “assustado”, mas no começo, segundo ele, era complicado lidar. “O pessoal é profissional, respeita bastante, espero nunca ter problemas com cantadas”, disse. “Se só olhar não tem problema”, acrescentou. Cristian Barcelos, 19 anos, teve apenas um problema com assédio na carreira da moda, na qual já está há dois anos. “Tive que aprender a ter jogo de cintura. Não pode dar muita confiança e ter relação pessoal, tem que ser profissional. Sou simpático, mas não dou abertura”, disse ele. 

Daniel Reis, 21 anos, formado em engenharia química, tem quatro anos de experiência no mercado fashion. “Lido muito bem com essa questão de homossexualidade, fui criado em uma cultura mais liberal”, disse ele. Reis levantou o ponto do preconceito no mercado fashion: “o campo modal é fechado para os negros, às vezes até o cachê é menor. Na moda, o negro não tem tanta voz e eu estou aqui para mostrar o nosso potencial”.

André Fellipe, 18 anos, está há um ano no mercado, depois de ser descoberto em um shopping: “vi que podia ser um futuro para mim e aqui estou”. Segundo ele, existe bastante respeito na relação dos modelos com os profissionais da moda. “Mesmo em um ensaio sem camisa, não fico constrangido com as olhadas, faz parte do ofício”, disse. A moda mudou a vida do modelo Andre Khirwald, 22 anos. “Eu era vendedor de alface, fiquei emocionado com meu primeiro ensaio. Hoje consigo mandar dinheiro para minha mãe, tudo mudou”, contou. Animado com a nova profissão - antes ele queria ser veterinário -, disse que acha normal e nunca teve problemas com assédios na moda. 

Leonardo Rossati, 21 anos, deixou o emprego de office boy para desfilar. “Estava cheio de tudo e apareceu a oportunidade”, lembrou. “Ninguém nunca faltou com respeito comigo, com as olhadas já estou acostumado.”, disse. Rudah Guedes, 22 anos, é estudante de engenharia elétrica e só desfilou nesta sexta-feira, a pedido da irmã, que trabalha na Oestúdio. Nas primeiras duas horas de contato com a moda, ele contou não se importar com as olhadas. “Não me incomodei”, disse. Mas não gostou de ter que ficar só parado, recebendo maquiagem e tirando foto. 

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Fonte: Terra
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