Novo estilista renova Gucci com transparência e moda jovem
Alessandro Michelle recriou uma estação de metrô e apostou em peças andróginas e leves para o inverno 2015/2016
Se o desfile masculino da Gucci em janeiro marcou um novo rumo no estilo da marca italiana, com a saída de Frida Giannini uma semana antes, o feminino, nesta quarta-feira (24), em Milão, confirmou essa tendência. Em janeiro, o estilista Alessandro Michele havia assumido a coleção para homens uma semana antes da apresentação, sem ainda ter sido anunciado oficialmente como o novo diretor criativo da marca. A confirmação veio dois dias depois do desfile, em 21 daquele mês. De lá para cá, foi o tempo que teve também para montar a linha feminina de outono-inverno 2015/2016.
O resultado na passarela italiana foi novamente surpreendente, mas seguiu a tônica do masculino. Uma moda meio andrógina, jovem, para o dia a dia, com muita transparência, mesmo para o inverno. Sem looks para o tapete vermelho, como se costumava ver, essa nova fase da Gucci foi apresentada numa sala que lembra uma estação de metrô. Piso de emborrachado, azulejo branco sobre parede vermelha. Por lá, transitavam “passageiros” jovens, com roupas que cabiam tanto num homem (até com laço em camisa e calça mais larga) como numa mulher (com praticamente a mesma proposta).
Alessandro Michelle colocou também sapato de pelos, sandálias com pompons, rendas deixando seios e pele à mostra, boinas e ternos floridos para os homens. Lembrando, como dito acima, que o desfile masculino aconteceu em janeiro. O modelo homem na passarela é para confirmar a androginia proposta. Talvez a crítica especializada faça comparações com a estreia de Hedi Slimane da Saint Laurent, que também trouxe uma moda jovem, até comparada com peças de fast fashion, quando estreou na grife francesa em outubro de 2012.
O estilista da grife italiana, porém, não é novo na casa. Trabalha na equipe de estilo desde 2002, mesmo ano que sua antecessora começou. Michelle era chefe da divisão de acessórios. Tanto o desfile desta quinta, quanto o masculino foi um divisor de águas para a grife. E o recado está dado: é preciso conquistar a nova geração, como tem feito Saint Laurent, Chanel entre outras. Uma geração que busca o luxo sem ostentação. É esperar para ver os próximos passos.