Modelos listam peças coringas e erradas para plus size
Calças de cintura alta e vestidos disparam como as melhores escolhas, enquanto tomara que caia e saias curtas não agradam muito
Apesar da moda plus size ser um mercado em expansão no mundo todo, a fabricação de roupas feitas especialmente para manequins maiores que o 44 ainda não é tão forte no Brasil. Isso se deve por diversas razões, mas destacamos algumas delas: falta de conhecimento sobre o assunto e também de aceitação das próprias consumidoras. Muitas mulheres não têm coragem de entrar em lojas especializadas e não experimentam peças mais elaboradas que, na maioria das vezes, são feitas para valorizar ou disfarçar a silhueta curvilínea. “O preconceito existe dentro da própria gordinha. Tem que ter mais autoconfiança”, diz a estilista Cátia Ferrari.
E justamente o preconceito e os padrões de beleza impostos influenciam – e muito – a maneira como a maioria das pessoas se veste, independente do tamanho do manequim e do número na balança. Mulheres magras, gordas, baixas, altas demais, com o quadril avantajado, com o seio exagerado, com a perna fina... todas enfrentam dificuldades de encontrar roupas que lhes façam se sentir melhor com o próprio corpo. Por que, afinal, a moda também serve para isso.
Para as mulheres plus size, essa tarefa pode ser ainda mais árdua. Por isso, algumas modelos deste segmento dividem com o Terra suas experiências de vida e de passarela e listam as escolhas erradas e as peças coringas de um guarda-roupa plus, aquelas que valorizam, que são confortáveis e, claro, que ajudam a disfarçar as imperfeições que incomoda cada uma delas.
Beatriz Donati, de 20 anos, trabalha como modelo plus size há dois anos. “Sempre quis ser modelo, mas sou gorda. Não tenho problema com isso nem com meu peso porque consigo fazer qualquer coisa que eu quiser”.
Peça coringa: calça jeans de cintura alta
Melhor evitar: tudo que não favorece. “Não tem nada que eu não use. Uso top, saia, só não uso o que não me favorece. Tudo que visto é pensado”.
Andrea Boschin é uma das modelos plus size mais conhecidas do Brasil. Aos 36 anos, são 13 de profissão. “Como é difícil achar roupa que gostamos, as mulheres plus size são clientes muito fieis.”
Peça coringa: calça flare
Melhor evitar: peças justas demais e largas demais. “O melhor são roupas que equilibrem o corpo. Se tem uma boa modelagem, nada fica complicado”.
A fisioterapeuta Renata Vanucci, de 33 anos, divide seu tempo com os trabalhos como modelo plus size há um ano. “Hoje me visto como eu sou e não como gostaria de ser, que era alta e magra”.
Peça coringa: vestido! Além de confortável, é uma peça única que dá para montar vários looks colocando um cinco, por exemplo.
Melhor evitar: colete e casaquinhos que cobrem o bumbum porque achata.
Luana Wczassek trabalha como modelo plus size há um tempo e se preocupa muito om o conforto. Ela não usa saia de jeito nenhum que é para não correr o risco de machucar a parte interna da coxa. “Só uso vestido porque dá para colocar short por baixo”. Mas dá para enganar: short saia mais comprido é uma boa opção.
Peça coringa: jeans de cintura alta, seja com elástico no cós ou não.
Melhor evitar: saias
Márcia Chaves, de 22 anos, é de São José do Rio Pardo, cidade do interior de São Paulo, e ainda não conseguiu largar o trabalho como vendedora de loja para ganhar a vida só como modelo plus size.
Peça coringa: qualquer calça ou short de cintura alta. “Elas modelam o corpo e não fica pulando o gordinho do lado para fora”.
Melhor evitar: blusinhas coladas porque marcam a barriga
Agatha Soares, de 23 anos, não tem medo de cores. "Gosto de tudo que é chamativo".
Peça coringa: short jeans de cintura alta
Melhor evitar: roupas que marcam muito
Tininha Bhering, de 44 anos, trabalha como modelo há mais de 20 anos e, há algum tempo, passou para o time plus size.
Peça coringa: “peças que realcem a sensualidade da mulher de 40 anos, como um belo decote, uma saia curta na medida”.
Melhor evitar: roupa sem sutiã e peças tomara que caia. “Presto atenção no colo e no braço”.
Mônica Casareggo, de 43 anos, era secretária executiva, mas deixou a profissão para se dedicar ao universo fashion e, além de modelo, é também produtora e consultora de moda. “A roupa tem que ter modelagem boa e se encaixar no corpo plus size”.
Peça coringa: legging preta, vestido tubinho, peças de estampas menores (sempre!)
Melhor evitar: listra horizontal, blusas e vestidos de corte reto porque aumentam a silhueta e não valorizam a cintura. Os brilhos também entram aqui porque “tudo que brilha demais, aumenta”.
Vanessa Pichinin, de 34 anos, trabalha como modelo plus size há seis anos.
Peça coringa: calça preta de tecido mais maleável e camisa branca
Melhor evitar: os biquínis grandes demais, como hotpant, porque são desconfortáveis
Carla Fernandez tem 33 anos e fez seu terceiro desfile como modelo plus size recentemente.
Peça coringa: tubinho preto sempre abaixo do joelho e camisa acinturada
Melhor evitar: minissaia, mini blusa. “Nada mini”, brinca.
Elpidia Terto, de 42 anos, é mais que modelo plus size, é passista e completa seu segundo ano no Carnaval paulista como a rainha de bateria mais curvilínea. “O samba valoriza muito a mulher com curvas”, conta sobre a experiência de cruzar a avenida e mostrar samba no pé.
Peça coringa: qualquer uma porque depende muito do tipo de corpo da mulher
Melhor evitar: peças fechadas demais no decote porque pode achatar
Alessandra Bergoce, de 35 anos, divide o tempo entre a carreira de jornalista e os trabalhos como modelo plus há cinco anos.
Peça coringa: vestido. “É super feminino e ideal para o corpo curvilíneo”
Melhor evitar: calça saruel
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