PUBLICIDADE

“Minha geração precisa questionar o Brasil”, diz Pedro Lourenço

1 out 2012 - 16h35
(atualizado às 17h03)
Compartilhar
Exibir comentários

Aos 22 anos e há dois apresentando suas coleções na semana de moda de Paris, o estilista brasileiro Pedro Lourenço soube cativar a crítica especializada não apenas por sua precocidade, mas principalmente por seu talento. Estabelecer-se no mercado internacional, no entanto, é um “trabalho árduo e orgânico”, particularmente difícil para um estilista vindo do Brasil, disse Pedro em entrevista exclusiva ao Terra nesta segunda-feira (1º), em Paris, após o desfile de primavera-verão 2013 de sua marca.

Aos 22 anos, Pedro se apresenta pelo segundo ano em Paris
Aos 22 anos, Pedro se apresenta pelo segundo ano em Paris
Foto: Especial para Terra / Daniela Fetzner

“Minha geração precisa começar a questionar o Brasil, lutar por uma indústria que funcione”, disse Pedro Lourenço, criticando a dificuldade de produção que a moda enfrenta no País, devido a “uma cultura fraca” e à sobrecarga de impostos e taxas no setor. O jovem estilista defende também a importância de se definir uma estética na criação brasileira. “Estou lutando e investindo nisso, mas não cabe só a mim, é um trabalho coletivo”, disse. Participar do calendário internacional das semanas de moda, para ele, é uma parte importante desta luta. “É um processo, e tem sido muito positivo”.

Filho dos estilistas brasileiros Reinaldo Lourenço e Gloria Coelho, Pedro começou a carreira muito cedo, estreando nas passarelas da São Paulo Fashion Week com apenas 12 anos. Desde 2010, apresenta suas coleções na semana de moda de Paris, e ficou conhecido pela imprensa internacional como “o menino-prodígio do Brasil”.

Dualidade

Diferentes tons de rosa invadiram a passarela de Pedro Lourenço no desfile desta segunda-feira (1º), em Paris. A coleção de primavera-verão 2013 do estilista foi inspirada no trabalho desenvolvido pelo artista Richard Mosse no Congo, usando antigos filmes infravermelhos da Kodak para fotografar áreas militares. “Com esse filme, tudo o que é verde se transforma em rosa nas fotos”, disse Pedro, “e eu quis trabalhar nesta coleção justamente a dualidade entre a dureza (das áreas militares) e a beleza (do rosa)”.

Entre os convidados brasileiros do desfile estavam o estilista Reinaldo Lourenço (pai de Pedro), a atriz Leandra Leal e a princesa Paola de Orleans e Bragança.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade