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Chanel, Valentino e McQueen são destaques da semana de moda de Paris

6 mar 2012 - 18h48
(atualizado em 7/3/2012 às 16h14)
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Iesa Rodrigues
Direto de Paris

Chanel foi didático, apontou caminhos e se integrou no movimento das ruas, completando com calcas todos os looks da coleção. Se a clientela vai usar, ninguém garante, é um processo adiante do desfile. Tão diferente, que - imaginem - parece que o super-aplaudido show do Maxime Simoens em Leonard será o último dele na Maison dos jerseis floridos.

Voltando aos pós-Chanel, achei tudo meio esquisito. Deve ser o frio e a chuva. Vamos lá, também tem a ver com ter visto os originais, os autores das marcas que desfilaram. Por exemplo, Valentino. Sinto muito, sei que está vendendo bem, recebe muitos elogios, mas vamos combinar que o show era o polo das mulheres mais lindas, glamourizadas, elegantes e sensuais.

Reparem nas fotos: as meninas estão bonitas? Com este cabelinho puxado, que está na moda? Ok, tem detalhes, um toque étnico/military nos casacos com brandenburgos no abotoamento. Mas aquele vestidinho com flores é triste. Os brancos, marca registrada da Valentino, são sem graça, porém melhores do que os vermelhos, nestes macacões. Uma lembrança antiga, nos decotes com barras recortadinhas.

Outro, Paco Rabanne. Não que o próprio espanhol fosse genial, era um cara de ferramentas em punho, cortando metais e acrílicos. Até que o Manish Arora criou algumas peças interessantes, com malha de metal servindo de elo com o mito da marca. Os vestidos com interferencias de metal ou transparências também saíram bem na foto - isto é, no fundo dourado da sala no alto das escadarias do Grand Palais. Faltou o clima Rabanne, mas foi simpático.

E o que dizer da competente Sarah Burton, em Alexander McQueen? Ela se esforçou, inventou vestidos fofões, daqueles que acho que nem da primeira fila dava para entender se eram plumas, peles ou meros tecidos desfiados. Pareciam explosões, bolos de noiva, mil folhas, em cores que me lembraram mangás (as capas, porque a maioria é preto e branco, não é?). Rosa, vermelho, lilás, com cabelos louros acinzentados e óculos-máscaras, aos lotes de modelos, sobre o piso da Salle Wagram toda reformada.

Costumo definir este tipo de roupa como look para capa de revista de moda. Vamos botar McQueen na prateleira junto com Comme des Garçons. Por enquanto, até ela criar outro vestido para a Duquesa de Cambridge, a linda Kate.

Quanto ao Castelbajac, talvez seja hora dele arranjar um substituto. Também já fez peças emblemáticas, como o famoso casaco de ursinhos de pelúcia, os modelos de cobertor e os longos com poemas. Agora desenvolveu um idéia em torno de águias, pássaros, penas, estampas que lembram desenhos maias, indígenas, por aí, em preto e branco, sobre fundos de cores fortes como amarelo, vermelho e o azul que ronda toda a semana.

No meio do desfile, alguns casacos e ponchos saíram do pássaro explícito, mas no final baixou um Margiela nas golas altas e uma adesão aos longos pretos da moda. Bem, enfim, não doeu. Mas ele já fez melhor.

A grife Alexander Mcqueen apostou nos vestidos e casacos "fofões" em sua coleção outono-inverno
A grife Alexander Mcqueen apostou nos vestidos e casacos "fofões" em sua coleção outono-inverno
Foto: AFP
Fonte: Terra
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