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Iris Apfel conta que aprendeu a usar acessórios durante crise nos EUA

Ícone fashion, aos 92 anos ela segue lição dada pela mãe durante a Grande Depressão: me ensinou que de um vestido preto se faz 15 roupas diferentes, se souber usar os acessórios

18 set 2013 - 15h53
(atualizado em 19/9/2013 às 11h35)
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<p>Iris Apfel compareceu ao evento de lançamentos outono-inverno da Swarovski, nesta quarta-feira, no shopping JK Iguatemi, em São Paulo</p>
Iris Apfel compareceu ao evento de lançamentos outono-inverno da Swarovski, nesta quarta-feira, no shopping JK Iguatemi, em São Paulo
Foto: Luciana Prezia / Divulgação

Aos 92 anos, ela esbanja alegria, personalidade e inspira fashionistas do mundo inteiro com seu estilo particular – e nada básico – de se vestir. Com seus óculos de lentes grandes e redondas – marca registrada da ícone da moda – ela já inspirou uma coleção e também lançou uma linha de acessórios, com pulseiras e colares coloridos, que são indispensáveis para Iris Apfel. Para o evento da Swarovski Elements desta quarta-feira (18), para o qual ela foi a convidada especial, não foi diferente. Iris chegou com o já conhecido par de óculos, pulseiras coloridas cobrindo todo o antebraço, maxicolares, um acessório de plumas laranja e a simpatia usual. “Minha mãe adorava acessórios, ela que me ensinou a usá-los”, comentou.

A lição tirada no final da década de 1920 influenciou a vida inteira da nova-iorquina. “Vivi a época da Grande Depressão nos Estados Unidos, não tínhamos muita coisa. Minha mãe me ensinou que de um vestido preto se faz 15 roupas diferentes, se souber usar os acessórios. Se tiver imaginação, dá para fazer muita coisa, fica personalizado, diferente e ainda ajuda a economizar dinheiro”, contou. A preferência por roupas “arquitetônicas”, que permitam que ela mesma as embeleze, permanece até hoje.

Em sua primeira visita ao Brasil, Iris se disse encantada pelas peças e acessórios de artesanatos locais. “Vocês têm muito talento aqui, nas feirinhas de rua, vi muito artesanato e adorei. Se a alfândega permitir vou levar coisas para casa e para mim também”, afirmou a fashionista, que não vive sem acessórios. Se vestir bem para Iris não implica em roupas caras ou seguir as últimas tendências. Ela enxerga a moda como um fenômeno cíclico e que o importante é vestir-se para si mesmo. “Elegância não é o que você veste, mas como veste. Vem de dentro”, disse. “Tenho jeans de 10 dólares”, comentou.

A história de Iris com as calças jeans mereceu um espaço especial no bate-papo da fashionista com o público. “Acho que fui a primeira mulher dos EUA a comprar um par de jeans”, contou. Na época, as calças eram feitas apenas para os homens, mas, depois de ter a ideia de que jeans com camiseta branca era uma excelente combinação, Iris foi em busca de um modelo que a servisse. Ela foi até uma loja das Forças Armadas e insistiu para que eles ajustassem a calça para ela. Ela venceu pelo cansaço e conseguiu.

Iris sempre gostou de roupas e de se vestir bem. Atualmente, ela já não faz compras com tanta frequência e cede apenas quando encontra algo encantador. “Tenho muita coisa, estou doando todos os anos para uma instituição de caridade e para um museu”, contou ela, que trouxe três malas com roupas e acessórios para a rápida passagem pelo Brasil. O guarda-roupa dela é tão comentado no mundo da moda, que Iris ganhou até uma exposição no museu Metropolitan, em Nova York. “O pessoal da produção abriu os armários, gavetas e até olharam embaixo da cama, levaram cerca de 300 peças para a exposição e todo dia um caminhão ia buscar mais. Foi um sucesso”, lembrou o evento entre os anos de 2005 e 2006.

Apesar de ser queridinha entre os designers e uma atração nas semanas de moda, o trabalho de Iris começou longe das passarelas. Ela é designer de interiores, dona de uma loja de tecidos e trabalhou por anos com restaurações e decoração na Casa Branca. Ao longo dos anos, desenvolveu uma linha de cosméticos para a M.A.C., duas de bijuterias para o Yoox, uma para o designer Alexis Bittar, e uma linha de óculos e bolsas para a Eyebobs. E ela não pretende parar: “aposentar é pior que morte, todos precisam fazer algo”.

O segredo para tanta disposição, segundo Iris contou em entrevista ao Terra, é “não levar as coisas tão a sério”. “Eu não tenho uma rotina, nunca sei o que o próximo dia vai trazer”, acrescentou. Ao longo de mais de nove décadas, ela aprendeu a importância da família, do amor e de ter amigos próximos. “O segredo é tentar se divertir e fazer as próprias coisas sem se preocupar muito com o que os outros vão pensar”, concluiu.

Fonte: Terra
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