Seios de fora e ousadia marcam desfiles de novos estilistas

Os desfiles do Prêmio Rio Moda Hype, que acontece durante o Fashion Rio e onde desfilam jovens estilistas escolhidos por uma banca de jurados, abriram as apresentações do último dia do evento carioca. Na passarela, cinco marcas em início de carreira mostraram sua visão de inverno, na qual predominou o grafismo como ponto comum nas estampas, com exceção da marca estreante Ocksa, de Igor Bastos e Deisi Witz.

A dupla apresentou uma coleção toda branca e off-white, com drapeados, transparências e seios de fora, como no look que abriu o desfile e em outros dois mostrados. As roupas foram feitas a partir da ideia de paraquedas, daí os volumes e sobreposições. O vestido branco de neoprene que terminava em mochila nas costas é um exemplo do utilitarismo das peças, mas de difícil uso. Uma coleção que beira a ousadia, mas para iniciantes, isso é mais do que desejável.

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A feminilidade é o caminho seguido novamente pela Acolá, das primas Laís Abbate e Beatriz Tavares, que se apresentaram pela segunda vez no evento. A coleção chama-se Escondidas e é inspirada na obra de Joseph Scheer, que observava mariposas marrons com microscópio com potência de mais de 2 mil vezes a estrutura do animal, revelando cores. Elas transpuseram essa ideia nas vestimentas, que escondem e revelam, como pregas que camuflam fendas e na mistura de estampas, entre elas listras coloridas e outras mais grossas em preto e branco e flores nos dois tons.

Boas ideias de modelagem que alongam a silhueta feminina. Esses jovens estilistas também buscam referências em outras culturas, como fez Taiana Miotto, de Brasília, que pensou em tradições tailandesas. Na passarela, capuzes, rico pesado misturado a xadrez pied-de-poule e pelerines, peça que muitas grifes tem utilizado para o inverno. A geometria também aparece nas estampas de manchas e no corte dos tecidos. Feminina e antenada com as tendências, mas certinha até demais.

Outra bem feminina, mas caminhando pelo sempre desejável conforto é a Wasabi, das sócias Ana Wambier e Daniela Sabbag, com tecidos como seda, musseline e organza, fazem uma moda bem carioca, com vestidos, calças e blusas confortáveis. Pegaram a ideia de quando a Corte veio ao Brasil e pediu para retirar as treliças das janelas. As mulheres então começaram a aparecer. Daí, uma sensualidade velada. Aliás, veladíssima. Com estampa exclusiva, os xadrezes das treliças vêm maiores e menores, tanto em preto em branco quanto em tons como azul, lilás e avermelhados. As meninas fazem uma moda bem comercial e caprichada, com várias concorrentes no mercado.

Marie Raz, a única masculina a desfilar, pegou referências para as estampas do artista neozelandês Mitch Manuel e suas ilustrações Maori. Gráficos, os desenhos vêm em preto em branco ou com fundo vermelho. As peças pensadas pela estilista Mariana Razuk seguem o tema da coleção Skin Cuts (pele cortada) e vêm com trechos faltando, como cotovelos e pedaços das costas, como visto no último blazer. Assimetria, calças curtas e saias masculinas também estão no universo da marca, para homens bem modernosos.

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Terra transmite Fashion Rio

O Terra, a maior empresa latino-americana de mídia digital, transmite ao vivo e com exclusividade para web os desfiles de inverno do Fashion Rio, que acontece entre 6 e 9 de novembro. A transmissão, direto do Píer Mauá, é realizada em parceria com o FFW, do Grupo Luminosidade e responsável pelos principais eventos de moda do Brasil.