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Desfiles da moda masculina em Paris apresentam tendências para próximo verão

24 jun 2015 - 16h54
(atualizado às 17h38)
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A moda masculina começou a apresentar suas coleções de primavera-verão 2016 nesta quarta-feira, em Paris, com ares de renovação e um toque cosmopolita nesse que é o setor da indústria que hoje cresce mais rápido que a moda feminina.

Da australiana Strateas Carlucci, estrela em ascensão na indústria, até os consagrados Valentino e Raf Simons, Paris abriu abriu suas portas e passarelas para os estilistas belgas Glenn Martens, da Y/Project, e Walter Van Beirendonck.

Em 2014, a venda de roupas masculinas faturou 443 bilhões de dólares em todo o mundo, 4,5% a mais do que o ano anterior, enquanto a feminina cresceu 3,7%, chegando a 667 bilhões.

"Desde os anos 60, a moda masculina pouco a pouco vem abocanhando partes do mercado e o certo é que hoje, com a grande variedade de opções oferecidas pelas coleções, o homem escolhe o que quer", disse em entrevista à AFP o estilista Lucien Pellat Finet, que abriu a semana de moda parisiense com sua coleção.

"Este ano trouxe uma nova cozinha", disse o veterano estilista francês sobre sua coleção, em vários tons de azul. "Há novos ingredientes, com base em camisetas, relaxada e fácil".

Provavelmente incentivados pelo sucesso do setor, os estilistas estão ousando uma moda mais transgressiva. Em Londres, a Burberry trouxe laços para os homens e em Milão a Gucci os vestiu simplesmente de mulher.

Em Paris a surpresa foram os estilistas belgas, especialmente Walter Van Beirendonck, um dos consagrados "Seis da Antuérpia" que fizeram famosa a escola de moda dessa cidade flamenca.

Sua coleção colorida, deliciosamente regressiva, inclui estampas de desenhos e infantis. O mais surpreendente do desfile, realizado no cenário do Teatro Chatelet, foram os chapéus de aba desproporcional que só os ousados vão usar.

Formado na mesma escola da Antuérpia, onde se formou em 2008 antes de trabalhar para Jean Paul Gaultier, Glenn Martens apresentou, por outro lado, uma coleção urbana e mais sombria, inspirada nas catedrais góticas de Bruges, sua cidade natal.

"A verticalidade é a palavra-chave da coleção", explicou o jovem criador em entrevista à AFP no final do desfile, que incluiu looks para mulheres. Sua concepção da "fluidez dos gêneros" masculino e feminino é realmente muito mais sóbria que os experimentos da Gucci ou da Burberry. Para Martens, tudo acontece em uma espécie de "zona cinzenta" entre os sexos, em que se pode ser sexy "sempre e quando se tem a atitude".

A marca australiana Strateas.Carlucci, criada em 2012, foi fiel à estética minimalista e atemporal que a fez famosa.

Para sua coleção "Miopia", a talentosa dupla de estilistas Peter Strateas e Mario-Luca Carlucci propõe um armário elegante e clássico, com material de alta tecnologia e cortes modernos, que deixam uma grande liberdade de movimento. Em parcas, jaquetas, túnicas e bermudas, os australianos apostam na oposição entre o contemporâneo e o tradicional, o natural e o tecnológico.

Na Valentino, o "imperatore" do classicismo, as silhuetas masculinas recuperam certa serenidade. O jeans marcou presença em jaquetas e calças, personalizados algumas vezes em estmpas florais ou animais que evocavam a estética japonesa.

Jaquetas e casacos vem em tons muito masculinos, do preto ao cáqui, passando por azuis e beges.

Maria Grazia Chiuri e Pierpaolo Piccioli, diretores criativos da marca desde 2008, revisitam as estampas de camuflagem militar e ombreiras, que acentuam o aspecto viril dos modelos.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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