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De olhos nos pequenos: grande grifes apostam em nicho infantil

14 ago 2012 - 09h03
(atualizado às 09h03)
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Com apenas três anos de idade, Juliet Sandler usa vestidos de US$ 650 e sapatos de US$ 400, da marca Lanvin. Sua mãe, Dara Sandler, explica que sua filha é um reflexo dela própria, embora ainda não saiba soletrar o nome dos estilistas e nem mesmo pagar pelas próprias roupas. “Eu visto minha filha exatamente da forma como eu me visto”, disse a mãe, que já gastou cerca de US$ 10 mil no guarda-roupa da pequena.

De acordo com especialista, pais e avós americanos estão cada vez mais propensos a buscar peças exclusivas para os seus pequenos
De acordo com especialista, pais e avós americanos estão cada vez mais propensos a buscar peças exclusivas para os seus pequenos
Foto: Dolce & Gabbana / Divulgação

De acordo com artigo publicado no jornal britânico Daily Mail, as grandes grifes estão cada vez mais investindo neste nicho de mercado. Nesta temporada, Oscar de la Renta, Dolce & Gabbana e Marni lançaram coleções para este público. As luxuosas lojas Nordstrom e Bergdorf Goodman também estão expandindo suas áreas infantis. No ano passado, a Gucci, que inaugurou sua coleção infantil há dois anos, abriu sua primeira loja para crianças na 5ª Avenida, em Manhattan.

Algumas grifes se dizem preocupadas em manter suas peças apropriadas para crianças. Mas existem muitas versões em miniatura de looks para adultos, que chamam atenção pelo estilo sofisticado. Os lares americanos esperam gastar cerca de US$ 688 equipando suas crianças para irem para a escola , de acordo com a Federação Nacional de Varejo, incluindo materiais como cadernos e lápis. Enquanto isso, algumas famílias devem gastar cerca de US$ 795 em apenas uma mochila da Gucci.

Sasha Charnin Morriso, diretora de moda da revista US Weekly, concorda que muitas peças infantis são vendidas a preços exorbitantes, mas admite que coisas como um tênis de US$ 200  fazem seus filhos mais felizes. “Eles refletem o que você é, então se você é alguém estiloso, tem que se certificar que seus filhos são os mais bem vestidos”. Por outro lado, críticos acreditam que essa tendência promove o elitismo. “Isso cria a cultura da inveja”, diz Dr. Alan Hilfer, diretor de psicologia da Maimonides Medical Center, de Nova York.

Especialistas observam também que o fenômeno que começou em Manhattan e Beverly Hills agora também ocorre em outras cidades, como Boston e Chicago. O luxo infantil movimenta somente 3% em um mercado de US$  34 milhões, mas está crescendo mais rápido do que outros setores de roupas infantis, de acordo com a empresa de pesquisas NPD Group.

Muitas marcas que entraram só agora no segmento são mais caras do que outras que já atendem a este público há mais tempo, como a Ralph Lauren, que tem camisetas de algodão para meninos por US$ 59, enquanto a Dolce & Gabbana oferece o item por US$ 190.

Colleen Sherin, diretor de moda na Saks da 5ª Avenida, acredita que tanto os pais quanto avós estão à procura de peças únicas e especiais. “Eles simplesmente não olham para os básicos”. A moradora de Manhattan Kelly Mallon, 39, disse que se orgulha pelo fato de que a filha, de 9 anos, já desenvolveu sua própria sensibilidade para a moda. “Eu adoro ver milha filha bem vestida. Isso me faz feliz”, observou.

Uma grande tendência são as lojas exclusivas para os pequenos. Seguindo os passos da Gucci, a marca italiana Giorgio Armani abrirá neste outono sua primeira loja infantil americana, em Upper East Side, também em Manhattan. O estabelecimento terá itens que vão de US$ 50 a US$ 500, conforme indica um porta-voz da marca.

Fonte: Terra
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