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Chanel e Louboutin: veja sapatos que se tornaram ícones

24 set 2012 - 10h52
(atualizado às 10h52)
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A paixão das mulheres por sapatos é bem conhecida. Mas, antes, esses acessórios foram amados pelos sapateiros, que os criaram. Desde o começo do século 20, quando a indústria da moda começou a ganhar novas proporções, os calçados caminham lado a lado com as coleções de roupas.

As sapatilhas do italiano Salvatore Ferragamo são consideradas ícone fashion
As sapatilhas do italiano Salvatore Ferragamo são consideradas ícone fashion
Foto: Divulgação

Estrelas do cinema e outras personalidades ajudaram a popularizar criações e alçar os designers à fama. Feminilidade, fetiche, sonho e glamour sempre estiveram nos pés femininos e marcam alguns dos modelos mais importantes de todos os tempos. Confira alguns dos sapatos mais icônicos do mundo da moda.

Chanel

A estilista Coco Chanel deixou um legado na moda que inclui um guarda-roupa completo. Além dos cardigãs, tailleurs, colares, os pés também foram foco de atenção de uma das principais estilistas  do século 20. Chanel criou, fazendo encomenda a um artesão, um modelo de escarpim de salto baixo, aberto nos calcanhares, com alças finas e perfeitamente ajustadas para dar mais liberdade de movimento às mulheres. De acordo com o livro Chanel, da coleção Universo da Moda, de François Baudot (Cosac & Naif), o tradicional escarpim bicolor foi criado no começo dos anos 1960. “Para que o pé parecesse menor, Chanel imaginou um escarpim em dois tons. Executado por André Massaro, esse modelo com calcanhar aberto - um dos mais célebres do mundo - permanece, em suas múltiplas variações, como um dos símbolos mais famosos do estilo da grife”, afirma o livro.  Antes, porém, desde os anos 1920, Chanel usava calçados bicolores, com ponteira e lateral pretas e o resto bege, inspirados nos sapatos masculinos da época. Igualmente importantes foram as sapatilhas, inspiradas nos modelos usados pelas bailarinas, que também recebiam ponteira. Essas ganham reedições em todas as coleções atuais da grife francesa.

Christian Louboutin 

O sapateiro francês atualmente domina os tapetes vermelhos aparecendo nos pés das personalidades que amam posar com os ousados calçados de solado vermelho e saltos altíssimos. Essas são duas das principais marcas registradas do designer, que foi aprendiz de Charles Jourdan. Louboutin cria sapatos para seduzir e afirma que os saltos transformam o corpo da mulher e, principalmente, seus movimentos. Em comemoração aos 20 anos da marca, foi lançada em 2011 uma coleção reeditando 20 clássicos da grife, entre eles o Pensee, que o designer afirma ter sido a inspiração para criar o solado vermelho, o Bow Bow e o A Clous. Alguns estão disponíveis no Brasil. A marca tem outros modelos clássicos que não saem de linha e que também podem ser encontrados no país. No momento, estão à venda por aqui os ícones Pigalle, Single Pump e New Decoltisimo.

Jimmy Choo

Quinze modelos importantes na história da grife foram relançados no ano passado, para comemorar 15 anos de mercado. A coleção, batizada de Icons, traz grandes sucessos da grife e muitos sofreram adaptações e releituras para integrar a nova coleção. Entre as reedições, está o Marlene, que originalmente se chamava Feather (Pluma). Esse modelo foi usado por Sarah Jessica Parker no seriado Sex and the City e tem aplicação de plumas e cristais feita à mão. A fama de Jimmy Choo começou em meados da década de 1980, quando o sapateiro, nascido na Malásia e formado em Londres, inaugurou um ateliê na capital inglesa. A partir daí, as criações passam a aparecer em publicações de moda em todo o mundo, com destaque para uma matéria de oito páginas na Vogue em 1988, e serem usadas por referências de estilo, como a Princesa Diana, para quem eram feitos modelos sob medida. Em 1996, a grife ganha mais força com a formação de uma sociedade com a então editora da Vogue inglesa Tamara Mellon. Em 2001, Choo vende sua participação na empresa e, em 2011, a grife é vendida para o grupo Labelux, por cerca de R$ 1,5 bilhões. Tamara Mellon deixa a empresa pouco tempo depois. O estilo de Jimmy Choo se consagrou pelo uso de materiais preciosos, como pedras e cristais. A primeira loja da marca no Brasil foi inaugurada em dezembro de 2010, no shopping Cidade Jardim, em São Paulo.

Manolo Blahnik

O sapateiro começou a carreira fazendo sapatos masculinos, mas, na década de 1970, foi encorajado por Diana Vreeland a criar modelos para as mulheres. Em 1973, abriu uma loja em Londres, desenhando modelos de plástico para a Fiorucci. Depois, passou a investir na criação de modelos com referências históricas, literárias e cinematográficas. Suas clientes são mulheres de estilos diferentes, como Bianca Jagger, a Princesa Diana, Paloma Picasso ou a cantora Madonna, que já declarou que os sapatos dele "duram mais que o sexo". A atriz Sarah Jessica Parker, no papel de Carrie Bradshaw, na série Sex and the City, ajudou a popularizar um modelo, quando visitando o acervo da revista Vogue, avista um par do modelo Mary Jane, escarpins com tira no peito dos pés e exclama: "Meu Deus, o Mary Jane de Manolo Blahnik, um mito do calçado urbano."

Melissa

A marca foi a responsável por transformar o plástico em objeto de desejo, criando modelos coloridos desde 1979. O primeiro foi batizado de Aranha, produzido até hoje e um dos ícones da grife. A inspiração veio dos sapatos usados por pescadores no litoral francês. As 'Melissas' fizeram muito sucesso anos ano 1980, inclusive aparecendo em novelas. A partir dos anos 2000, a grife passou a convidar estilistas, artistas plásticos e outros para desenhar modelos exclusivos, entre eles a estilista inglesa Vivienne Westwood, os irmãos Campana e a arquiteta Zaha Hadid.

Repetto

A marca foi fundada em 1947 por Rose Repetto como uma loja de sapatos para bailarinas, na Rue de La Paix. Desde então, a Ópera Nacional de Paris, A Ópera de Lyon e muitas companhias de dança escolheram Repetto como a marca para sapatilhas e roupas de dança. Em 1956, Rose Repetto criou um modelo para a atriz Brigitte Bardot usar no filme E Deus Criou A Mulher: era leve e confortável, como uma sapatilha de dança, porém, mais “fashion”. Assim, a marca começou a crescer e hoje é conhecida por suas sapatilhas maravilhosas, além de outras peças. No Brasil, os modelos são vendidos nas lojas da sapateira brasileira Sarah Chofakian e, em breve, em loja própria que a grife inaugura no shopping Cidade Jardim.

Roger Vivier

Marlene Dietrich, Josephine Baker, Jeanne Moreau, Catherine Deneuve e até os Beatles figuram entre os clientes famosos de Roger Vivier, o sapateiro francês que criou o salto stiletto em 1954. Críticos costumavam comparar suas criações com ovos Fabergé pela riqueza de detalhes, materiais e pelas referências à arte. Roger, morto em 1998, começou a carreira em 1937, com ateliê que atendia a outras marcas. De 1953 a 1963, foi o responsável pelos sapatos da Christian Dior. O escarpim criado para Catherine Deneuve usar no filme A Bela da Tarde, chamado de Pilgrim (com metal quadrado), se transformou em um dos principais ícones do seu trabalho e foi copiado no mundo todo. "Os meus sapatos são esculturas. São criações tipicamente francesas, uma alquimia parisiense de moda", afirmou Vivier. Desde 2003, o designer Bruno Frisoni assina os modelos da grife.

Salvatore Ferragamo

Impossível pensar em sapatos e não lembrar do designer italiano, cujo nome hoje está associado a diversas linhas de produtos. A importância dele vai além de ter criado sapatos para celebridades de todo o mundo. Ferragamo foi o responsável por entender a anatomia dos pés femininos e conseguir desenvolver modelos bonitos e confortáveis ao mesmo tempo. Foi sapateiro desde os 14 anos, quando abriu uma loja na casa dos pais para atender a clientes em Nápoles, na Itália. Aos 16, fez a primeira viagem para Hollywood, em 1923, onde conseguiu inserir seus calçados em figurinos de filmes. A partir daí, Salvatore Ferragamo criou modelos para as mais importantes atrizes, como Greta Garbo, Marlene Dietrich e Glória Swanson. Os calçados eram feitos sob medida e é famosa a imagem dos moldes dos pés das celebridades, feitos de madeira. Mesmo depois de já ser reconhecido, decidiu estudar anatomia na Universidade da Califórnia, o que resultou na colocação de uma alma de aço no enfranque dos calçados, região curva na planta dos pés. No fim dos anos 1920, de volta à Itália, começou a criação dos mais de 350 modelos patenteados, entre eles os com solado de cortiça ou de metal. Em 1979, ele criou o modelo Vara para sua filha mais velha, Fiamma, que ganhou destaque por ser confortável e elegante. Em 2008, em comemoração aos 80 anos da marca, foi lançada uma releitura desse sapato, como uma sapatilha, batizada de Varina. Ambos são vendidos até hoje.

Vivienne Westwood

A inglesa foi responsável pela criação de alguns dos modelos mais ousados das últimas décadas. Vivienne Westwood iniciou sua carreira como estilista, mas investiu na criação de sapatos porque não encontrava quem fizesse os modelos de que precisava para acompanhar seus looks. Desde os anos 1970, criou calçados que misturavam fetiche, surrealismo, exageros, incluindo um de plataforma e saltos altíssimos que derrubou a modelo Naomi Campbell na passarela durante desfile da temporada inverno de 1993. O sapato e o fato se transformaram em ícones da moda e marcam o segmento desde então. As criações de Vivienne para os pés não são marcadas pelo conforto, o que a estilista justifica como uma maneira de gozar da burguesia, típico do comportamento punk, conceito que norteia seu trabalho. "Gosto de literalmente pôr as mulheres em um pedestal", diz.

Fonte: Ponto a Ponto Ideias Ponto a Ponto Ideias
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