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Casa de Criadores termina com animal print e desfile de "felinas"

O carioca Fernando Cozendey mostrou seus macacões de Lycra que remetiam a panteras, onça, tigres e leões; último dia trouxe Walério Araújo mais contido

17 out 2013 - 14h05
(atualizado às 14h05)
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Em dia de Walério Araújo na 34ª edição Casa de Criadores, quem roubou a cena da noite foi o carioca Fernando Cozendey, com seus bodes de Lycra que remetiam a felinos, ou melhor, felinas. Foi o terceiro a se apresentar no line-up principal. Começou com a música da Pantera Cor-de Rosa e performance de uma das modelos. Detalhe: o body pink deixava o bumbum e os seios ao ar livre. A modelo, de costas, mexia os quadris ao som dos acordes musicais. Aplausos.

“Gosto de me divertir fazendo moda. Minha roupa eu compro em loja de departamento”, disse Fernando Cozenday ao Terra. O estilista mostrou 25 looks que remetiam a tigres, guepardos, panteras, leões e onças. Algumas com transparências, outras com o animal print misturado. Num deles, a silhueta de um dos animais apenas de um lado, como que subindo no corpo da mulher, e do outro lado tecido liso. Outros modelos vinham também com elementos de smoking misturados às estampas felinas. Fios compridos de lã em alguns looks remetiam aos pelos. E todas as modelos com anéis que lembravam garras e gorrinhos de cabecinhas de animais. Uma divertida brincadeira. Moda? Bom, o evento chama-se Casa de Criadores, não é? Mas em cada um desses macacões percebe-se o domínio que o estilista tem em trabalhar com o tecido. Perfeito.

Viagem

Walério Araújo mostrou sua coleção em três etapas: África, Grécia e Índia. Não, ele não viajou para esses lugares. Fez pesquisas rápidas e a partir de seu instinto criou suas peças, sempre bem feitas, com acabamento impecável, e (sim, ele também), muito mais leves e comerciais. No backstage, enquanto explicava e mostrava sua coleção, deixou escapar que essa viagem faz parte da mudança da marca. Mas não quis se estender mais sobre o assunto e acrescentou que ama o Copan, no Centro de São Paulo, onde vive e tem sua loja. Mudança de endereço ou de redirecionamento da grife? Não falou mais a respeito.

Na passarela, um pouco de animal print e de saias e vestidos justos feitos com crochê de fio de metal em desenhos étnicos, com plumas como detalhes. Isso para sua a Índia. Na Grécia, fez referência ao deus  Baco, com peças de paetês com bordados de cachos de uva de pérola por cima. E na Índia, ele brincou com cobras, arranjos de cabeça que lembravam as deusas indianas, macacão de vinil laranja e tecidos com lurex e em cores fortes. O masculino veio também mais contido, apesar de um caftã preto com bordados dourados. Nos pés, três tipos de calçados feitos por Fernando Pires: com estampas de animal (África), botas de couro preto com tiras de gladiador bege por cima (Grécia) e botas laranja (Índia).

Peles

As estampas de animal também entraram na coleção da Juss, da ex-publictária Juliana Souza, que misturava também camuflados e manchados para seus meninos. Tudo podia vir ao lado ainda de metalizados em azul. Ela contou que quis mostrar a mudança de pele, tanto de animais, quanto do próprio homem.

Juliana mantém sua linha de criar roupas mais amplas e confortáveis. Desta vez, os blazers oversizes com esse patchwork de estampas e tecidos vinham bem arredondados. Mas camisetas mais secas, calças justas, quase leggings, bermudas e camisas também apareciam nesse receituário paro os homens modernos. Dois looks femininos entraram na passarela, seguindo a mesma linha. Detalhe: algumas das camisas com estampas meio étnicas foram feitas com tecidos de coleções passadas, só que do lado do avesso. Ah, e a pegada esportiva, com blusões e bombers, tão em alta atualmente, também entra na coleção.

Borboletas

Karin Feller também não foge de seu estilo jovem moderninho, para garotas de bom nível social, mas que gostam de ser descoladinhas sem exceder as regras do bom comportamento.  Com sua inspiração em colecionadores, a estilista levou à passarela conjuntinhos de shorts e blusinhas, shorts e jaquetas, blusões transparentes com cós e punhos canelados, e bombers também.  Prateados, malha com lurex, maquinetados estavam entre os tecidos. Vestidinhos soltinhos e curtinhos, alguns gorrinhos, com um ar meio Marc by Marc Jacobs, guardada as devidas proporções, pisaram na passarela. Para remeter ao tema, borboletas entravam tanto nas bijus quanto aplicadas em algumas roupas. Destaque para os acessórios, com brincos e colares grandes.

Concurso

A Casa de Criadores realizou no último dia o concurso BtoBe (Brazilians to Be), para premiar jovens criadores e jovens empreendedores de moda. A ação substituiu o Ponto Zero e ampliou o espaço para estudantes e formandos de outros Estados. Foram vistas coleções consistentes para tão jovens criadores, alguns, porém, com problemas de acabamentos, outros praticamente prontos para trabalhar no mercado.

O coletivo Nosotros, da Universidade Anhembi Morumbi, de São Paulo, foi o vencedor, apresentando o trabalho de final do curso, pelo qual já havia recebido 10. A coleção vem em três cores principais: camelo, vermelho e preto. Segundo o porta-voz do grupo Nathan Sousa, a ideia foi criar roupas que aguçassem os sentidos. Assim, volumes fazem se aproximar dos outros, o vermelho se liga aos sentimentos e por aí vai a explicação. O que vale mesmo dizer é que as peças estavam bem terminadas, com casacos arredondados em lã com cor de camelo, com a lapela dobrada em vermelho. Os looks iam evoluindo até chegar ao preto total. Tudo com perfume meio sessentinha. Chapéus pequenos e brincos e colares de papel feitos pelos próprios alunos completavam a coleção.

Fica o registro também para o bom trabalho de moletom feito por Giselle Vieira, com sua marca Brado, vinda do Senac de São Paulo. Blusões masculinos compridos, com detalhes como tiras, texturas, recortes tinham acabamento impecável e eram usados com calças de sarja e tênis tipo all star. Bom trabalho também de Cacau Francisco, da Universidade Federal do Ceará, com bem finalizadas jaquetas e peças masculinas, com perfume meio andrógino. Também foram finalistas Fabio Lima Malheiros (Faculdade Santa Marcelina), Flavia Ventura (Universidade Federal de Minas Gerais) e Thiago Bernardo (Universidade Fumec (MG).  

<a data-cke-saved-href="http://moda.terra.com.br/infograficos/100-anos-de-moda/iframe.htm" href="http://moda.terra.com.br/infograficos/100-anos-de-moda/iframe.htm">veja o infográfico</a>
Fonte: Terra
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