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Após 30 anos de morte, Clara Nunes recebe homenagens em sua terra natal

12 abr 2013 - 13h20
(atualizado às 13h20)
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Trinta anos após sua morte, em 2 abril de 1983, a cantora mineira Clara Nunes é reverenciada em sua terra natal, antes Paraopeba e atualmente Caetanópolis, a 96 km de Belo Horizonte. Há seis meses, foi inaugurado o Memorial Clara Nunes, em frente à creche que leva seu nome, por iniciativa da irmã da cantora, Maria Gonçalves, a dona Mariquita, que criou Clara após a morte dos pais, quando ainda era criança.

O estilista Victor Dzenk também homenageou a artista, doando o vestido usado por Aline Calixto, que interpretou músicas de Clara durante seu desfile no Minas Trend, ao Museu Têxtil Décio Mascarenhas, da companhia Cedro & Cachoeira, primeiro emprego da cantora, aos 14 anos. E na semana de 12 de agosto, data de nascimento de Clara, a cidade promove festivais de música e cultura. 

Memorial

“Pouco antes de morrer, Clara tinha me falado que queria cantar apenas por mais cinco anos e depois abrir uma creche para crianças carentes, se dedicando só a isso. Cinco anos após sua morte, eu consegui abrir a creche aqui em Caetanópolis, quando era vereadora. Agora, 30 anos depois, criamos o memorial”, conta Mariquita, hoje com 83 anos.

No espaço pequeno, construído numa casa doada pelo sobrinho de Clara, há fotos, alguns dos vestidos usados pela cantora durante sua carreira, objetos pessoais, fotos, bandeira da Portela, sua escola de coração e recortes de jornais. Alunos de história da Universidade Federal de Juiz de Fora ajudam na conservação e catalogação das peças. “A gente tem mais de 100 vestidos dela, mas estava tudo num quarto da creche. Agora, fazemos a rotação das peças expostas. Recebi doações de políticos para arrumar o espaço e a ideia é, com o dinheiro das entradas, reverter alguma coisa para creche, que necessita de doações”, conta Mariquita. A entrada custa R$ 5.

Museu

Apesar de ter como uma das funcionárias mais famosas a própria Clara Nunes, os esforços da Cedro & Cachoeira são voltados para manter o Museu Têxtil Décio Mascarenhas, que conta a história da primeira indústria têxtil mineira, fundada em 1872 pelos irmãos Antonio Candido, Bernardo e Caetano Mascarenhas.

Uma das quatro unidades da empresa ainda funciona no espaço, comprado pela família no século 19. A cidade se formou em torno da tecelagem e acabou recebendo o nome de Caetanópolis, em homenagem a um dos fundadores.

Teares antigos, carruagens, mostras de pano, rodas d’água, amostras de tecido, o original do Diário Oficial com o decreto de D.Pedro II criando a primeira empresa de Sociedade Anônima do Brasil estão expostos no local, de forma bem conservada. Até o livro com comentários dos clientes antigos, como “mal pagador”, “não se pode confiar”, “baixinho e bom”, pode ser observado.

Com foco no algodão e em jeans, a empresa hoje tem uma capacidade produtiva de 160 milhões de m² de tecido. No museu está também a réplica do macacão usado pelo astronauta Marcos Pontes, quando integrou viagem espacial da Nasa (a roupa era usada apenas em aparições oficiais) e o uniforme usado por Wagner Moura, quando atuou como Capitão Nascimento em Tropa de Elite. Documentos de Clara Nunes, como a ficha de admissão também estão expostos.

Fonte: Ponto a Ponto Ideias Ponto a Ponto Ideias
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